Publicado em 29/03/2010 pelo Paranashop , Clicnews e Difundir; Publicado em 31/03/2010 pelo Curitiba Interativa , Basta Clicar e Bem Paraná
Qualquer tipo de arte possibilita o olhar reflexivo sobre fatos e acontecimentos do cotidiano. Quando a arte mostra uma perspectiva contundente de algo que está presente na vida das pessoas, passa a ter uma função não só estética, mas também social. Esse é um dos objetivos centrais da montagem Amoradores de Rua, que propõe uma discussão sobre o espaço urbano e sua utilização; a rua e sua representação no espaço público e político; seus moradores, transeuntes, trabalhadores; todos aqueles que figuram como personagens sem nome nesse espaço.
Com essa proposta, o projeto Amoradores de Rua foi aprovado pela Funarte e realizou um profundo estudo que está resultando em diversos produtos. A montagem é o primeiro deles e conta trechos fragmentados, não-lineares, da vida de um grupo de moradores de rua. Além da peça, um vídeo documentário, uma exposição de fotos, oficina e debates farão parte dos eventos paralelos que serão promovidos durante a temporada, que termina no dia 11 de abril.
A montagem só foi possível porque reuniu uma equipe multidisciplinar formada por atores, produtores, arquitetos urbanistas, artistas plásticos, fotógrafos e videomakers, a qual mergulhou no universo da rua, de novembro de 2009 até janeiro de 2010. Para entender o que se passa no espaço urbano e criar o texto da montagem a partir de referências diversas. “Amoradores de Rua é um teatro de investigação, não tomando partido das situações e abrindo espaço para questionamentos”, diz o diretor da peça Rafael Camargo.
A rua, que já foi espaço de convivência social, encontros e palco para manifestações de todos os tipos, hoje é um local de passagem. As pessoas que vivem na rua assistem ao ritmo sempre intenso de pessoas anônimas com histórias diversas e, de certa forma, sentem-se livres. Mas isso não significa que eles não tenham expectativas, vaidade e desejos, tudo em um ritmo próprio e diferente do que é considerado normal.
Discussão
A necessidade de se levantar um questionamento social e estético, por meio da linguagem teatral, explorando outras vertentes de criação, move o trabalho, sendo que por meio do processo de pesquisa colaborativa a rua assumiu papel de entidade catalisadora, de organismo vivo em constante movimento. Algumas referências deram base ao estudo e sustentaram a encenação: Modernismo, Tropicália, Beatniks, Contra Cultura, Cinema Novo e algumas considerações sobre filosofia.
“Nesse contexto, a rua surge como tradução da antropofagia, onde tudo é absorvido, resultando na formação de uma nova matéria, tal como o tropicalismo que se alimentou do pop estrangeiro e do modernismo, produzindo uma nova e dinâmica sonoridade e um diferente ponto de vista”, explica Rafael Camargo.
Sobre a montagem
O espetáculo utiliza ao todo sete locais do pátio da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e tira o público de seu estado de conforto fazendo com que o público acompanhe todas as mudanças de ambientes, proporcionando sua interação total com elenco e o espaço aberto, foco de todo o processo de investigação.
O texto de Amoradores de Rua foi resultado de uma criação coletiva do grupo de pesquisa, a partir de trechos de conversa com pessoas da rua – ora lúcidos, ora alucinados - e das impressões dos próprios atores e equipe. O aproveitamento de materiais, típico de quem mora na rua, influenciou a montagem e está caracterizado nos cenários, figurinos e na trilha sonora do espetáculo. As cenas combinam desconforto e humor, o que pode causar uma certa estranheza.
Todo o registro da pesquisa realizada pelo grupo: vídeos, referências, fotos e depoimentos estão registrados no blog do projeto: www.amoradores.blogspot.com. A pesquisa tem despertado muito interesse do público em geral, pois desde a criação do blog, mais de 3.500 pessoas já passaram pelo ambiente virtual do espetáculo.
Este projeto integra o Prêmio Funarte de Teatro Miriam Muniz 2008 e tem o patrocínio da Petrobras e da ACF, além de importantes apoios locais: Universidade Federal do Paraná, Curso de Artes Cênicas da UFPR, Casa do Estudante Luterano Universitário, Projesom, Apta Gráfica e Editora, entre outros.
Festival de Teatro
A montagem teve a oportunidade de testar seu processo de trabalho no Festival de Teatro de Curitiba durante a programação do Fringe, utilizando como espaço o pátio da Reitoria. “A mostra obteve como retorno um grande interesse do público pela diversidade de linguagens utilizadas na montagem e pela montagem em si”, comenta Rafael Camargo.
Qualquer tipo de arte possibilita o olhar reflexivo sobre fatos e acontecimentos do cotidiano. Quando a arte mostra uma perspectiva contundente de algo que está presente na vida das pessoas, passa a ter uma função não só estética, mas também social. Esse é um dos objetivos centrais da montagem Amoradores de Rua, que propõe uma discussão sobre o espaço urbano e sua utilização; a rua e sua representação no espaço público e político; seus moradores, transeuntes, trabalhadores; todos aqueles que figuram como personagens sem nome nesse espaço.
Com essa proposta, o projeto Amoradores de Rua foi aprovado pela Funarte e realizou um profundo estudo que está resultando em diversos produtos. A montagem é o primeiro deles e conta trechos fragmentados, não-lineares, da vida de um grupo de moradores de rua. Além da peça, um vídeo documentário, uma exposição de fotos, oficina e debates farão parte dos eventos paralelos que serão promovidos durante a temporada, que termina no dia 11 de abril.
A montagem só foi possível porque reuniu uma equipe multidisciplinar formada por atores, produtores, arquitetos urbanistas, artistas plásticos, fotógrafos e videomakers, a qual mergulhou no universo da rua, de novembro de 2009 até janeiro de 2010. Para entender o que se passa no espaço urbano e criar o texto da montagem a partir de referências diversas. “Amoradores de Rua é um teatro de investigação, não tomando partido das situações e abrindo espaço para questionamentos”, diz o diretor da peça Rafael Camargo.
A rua, que já foi espaço de convivência social, encontros e palco para manifestações de todos os tipos, hoje é um local de passagem. As pessoas que vivem na rua assistem ao ritmo sempre intenso de pessoas anônimas com histórias diversas e, de certa forma, sentem-se livres. Mas isso não significa que eles não tenham expectativas, vaidade e desejos, tudo em um ritmo próprio e diferente do que é considerado normal.
Discussão
A necessidade de se levantar um questionamento social e estético, por meio da linguagem teatral, explorando outras vertentes de criação, move o trabalho, sendo que por meio do processo de pesquisa colaborativa a rua assumiu papel de entidade catalisadora, de organismo vivo em constante movimento. Algumas referências deram base ao estudo e sustentaram a encenação: Modernismo, Tropicália, Beatniks, Contra Cultura, Cinema Novo e algumas considerações sobre filosofia.
“Nesse contexto, a rua surge como tradução da antropofagia, onde tudo é absorvido, resultando na formação de uma nova matéria, tal como o tropicalismo que se alimentou do pop estrangeiro e do modernismo, produzindo uma nova e dinâmica sonoridade e um diferente ponto de vista”, explica Rafael Camargo.
Sobre a montagem
O espetáculo utiliza ao todo sete locais do pátio da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e tira o público de seu estado de conforto fazendo com que o público acompanhe todas as mudanças de ambientes, proporcionando sua interação total com elenco e o espaço aberto, foco de todo o processo de investigação.
O texto de Amoradores de Rua foi resultado de uma criação coletiva do grupo de pesquisa, a partir de trechos de conversa com pessoas da rua – ora lúcidos, ora alucinados - e das impressões dos próprios atores e equipe. O aproveitamento de materiais, típico de quem mora na rua, influenciou a montagem e está caracterizado nos cenários, figurinos e na trilha sonora do espetáculo. As cenas combinam desconforto e humor, o que pode causar uma certa estranheza.
Todo o registro da pesquisa realizada pelo grupo: vídeos, referências, fotos e depoimentos estão registrados no blog do projeto: www.amoradores.blogspot.com. A pesquisa tem despertado muito interesse do público em geral, pois desde a criação do blog, mais de 3.500 pessoas já passaram pelo ambiente virtual do espetáculo.
Este projeto integra o Prêmio Funarte de Teatro Miriam Muniz 2008 e tem o patrocínio da Petrobras e da ACF, além de importantes apoios locais: Universidade Federal do Paraná, Curso de Artes Cênicas da UFPR, Casa do Estudante Luterano Universitário, Projesom, Apta Gráfica e Editora, entre outros.
Festival de Teatro
A montagem teve a oportunidade de testar seu processo de trabalho no Festival de Teatro de Curitiba durante a programação do Fringe, utilizando como espaço o pátio da Reitoria. “A mostra obteve como retorno um grande interesse do público pela diversidade de linguagens utilizadas na montagem e pela montagem em si”, comenta Rafael Camargo.
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