Purificação

Texto da peça "Amoradores de Rua" (cena 6)
Pelo ator Maurício Vogue

(Marcel)
Limpa a sujeira da barriga do homem que não consegue mais ser ele mesmo, porque assim começa a vida!

(Martina)
Aqui o sagrado é como o nada.
O nada, limpa a alma
Para significar a rua de cada dia.

(Felipe)
Limpa, limpa, limpa, a sujeira da tua poesia que já não fala mais nada pra ninguém.

(Diego)
Estamos despidos do complexo de inferioridade do mundo.
Chega de homofobia cordial.

(Adriano)
Livres dos pestiches das modas artísticas do mundo afluente. Estamos inocentes no estado bruto da criação.

(Todos)
Só a antropofagia nos une. Socialmente, economicamente, filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Tupi, or not tupi that is the question.

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