Inferno

Texto da peça "Amoradores de Rua" (cena 4)
Pelo ator Marcel Szymanski


Brasil – Vai tomar no cú!!!

Sinto o cheiro, sinto o cheiro, sinto o cheiro, sinto o cheiro, sinto o fedor.
Filho da puta de quem vê a vida na horizontal.
A mentira tem perna bonita: quanto mais parece, mais parece e menos é.
Se ele é por nós, nós estamos fudidos!
Onde quer que haja a palavra divina, há de haver inferno!

Senhores não se encham de ilusão, o homem vive só de podridão!
Senhores não se encham de ilusão, o homem vive só de podridão!

Que bom seria se fôssemos todos merda! Talvez não sentiríamos essa dor no cú!
Silêncio!!!
O silêncio, é tão frio quanto o inferno da vida.
O inferno é, o inferno é, o inferno é, o inferno é, o inferno é, o inferno é, o inferno é,
O inferno... é o inferno!!!

Senhores não se encham de ilusão, o homem vive só de podridão!
Senhores não se encham de ilusão, o homem vive só de podridão!

Onde está o dedo dele? Um olho aberto e outro fechado pro mundo. Vendo minha alma, mas não meu pensamento.

Senhores não se encham de ilusão, o homem vive só de podridão!
Senhores não se encham de ilusão, o homem vive só de podridão!

Agora resumindo, pra fechar a idéia: filho da puta de quem vê a vida na horizontal! Se ele é por nós, nós estamos fudidos! O inferno é o inferno! E não vou nem falar do céu, porque isso não me cabe. Vendo minha alma, mas não meu pensamento.
Nunca fomos catequizados, vivemos através de um direito sonâmbulo.
Nunca fomos catequizados, fizemos foi carnaval: o índio vestido de senador do império, cheio de bons sentimentos portugueses. A nossa independência ainda não foi proclamada.
Muita saúva e pouca saúde, é disso que o Brasil padece.
E pra quem ainda não experimentou: vai tomar no cú!!!

Coro – Vai tomar no cú, bem no meio do olho do seu cú!

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