Matilha

Texto da peça "Amoradores de Rua" (cena 3)
Pela atriz Martina Gallarza


Contra o mundo reversível e as idéias objetivadas e cadaverizadas.
Contra o stop do pensamento que é dinâmico.
O indivíduo vítima do sistema.
Fonte das injustiças clássicas e das insjustiças românticas.
E o esquecimento das conquistas interiores.

A unha?
É vermelho Sangueseco.
Tenho varizes nas pernas.

O pau no cú chupa buceta
mas gosta de pau.
gosta sim!
não só de pau
mas de verdura também,
as vezes ele pede
as vezes ele traz!

A cadela que pariu escondeu a cria.
Em que favela em que ruela?
Sumiu com eles pra viver sua vida de cadela.
A cria não se cria.
As tetas da Cadela são oito
E não dão pra doze.
Mas a cadela amamenta doze.

O bebe morreu!
Joguei no vazo, caguei, sangrei
Vomitei ele também
Me dá a coleira!

Gosto de sapatos...

Cadê os ratos de Curitiba?
Os ratos de Curitiba
Estão entre as putas do passeio
E da treze de maio.
Eles são como elas,
Eles são iguais aos cães da matilha da praça 19
Eles são os moradores da rua
O taxista quem disse!
É ele quem da comida pros pombos
Que cagam as sementes nas terras adubadas
Dos vasos das sacadas do centro da cidade

Arrasto meias arrastão!
Arrasto meias arrastão!

Eu queria dormir na grama fria
Mas é lua cheia. É cio!
Fodeu!
Os machos cão querem foder o cuzinho delas
A mãe das putas repousa agora medicada.
Perdeu a calcinha...
E o vestido da noiva? Agora é lixo!

E tudo isso são os homens!
Os impares, os trocadilo, os espertos ao contrario!
Solução social é o caralho!
Nada diminui a violência entre os homens.
Nenhum sentido em pintar de cor de rosa as unhas dos cães.

ISSO AQUI É A CASA DO CARALHO!!!!!!!!!!!!!!!!

Contra a memória fonte do costume.
A experiência pessoal renovada.
Somos concretistas.
As idéias tomam conta, reagem, queimam gente nas praças públicas.
Acreditar nos sinais, acreditar nos instrumentos e nas estrelas.

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